Condição é geralmente associada a mulheres idosas, mas pesquisadores descobriram que uma baixa porcentagem de massa magra, assim como o uso de esteroides, pode colocar homens jovens no grupo de risco
Um novo estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism da Endocrine Society pode ajudar a melhorar a triagem médica de pacientes com sinais de problemas ósseos. É que os pesquisadores descobriram que existe uma correlação entre o percentual de gordura corporal e a densidade mineral dos ossos nos indivíduos.
Eles analisaram dados de 10,8 mil pessoas com menos de 60 anos de idade e notaram uma tendência que contraria a prática clínica mais comum até aqui. Normalmente, profissionais de saúde assumem que pessoas com maior peso corporal têm maior densidade óssea e menor risco de fratura. Assim, esses pacientes não passam por exames de rastreio para problemas como a osteoporose.
"Nossa pesquisa sugere que o efeito (positivo) do peso corporal depende da composição de massa magra e gorda de uma pessoa, e esse peso corporal elevado por si só não é garantia contra a osteoporose", explica Rajesh K. Jain, da Universidade de Medicina de Chicago. E os achados da equipe foram além.
“Descobrimos que a maior massa gorda estava relacionada à menor densidade óssea, e essas tendências eram mais fortes nos homens do que nas mulheres”, coloca o pesquisador. Isso contraria outro postulado da área, que diz que mulheres são naturalmente mais propensas para problemas relacionados à baixa densidade óssea que homens.
Dessa forma, o estudo pode embasar uma nova segmentação de pacientes que devem ser triados para o rastreio de problemas nos ossos: homens, não-idosos, com altos percentuais de gordura corporal em relação à massa magra. Os pesquisadores lembram que o risco aumenta conforme outros fatores forem se somando como: uso de esteroides, histórico familiar, fratura anterior e idade avançada.
A Endocrine Society informou que o estudo não recebeu financiamento externo e reforçou a natureza científica da organização, na busca por soluções para problemas hormonais, como obesidade, diabetes e saúde dos ossos. Mais informações podem ser obtidas, em inglês, no site da organização.
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Fonte: Correio Braziliense
FAP/DF